terça-feira, 15 de abril de 2008

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspiraÉ o amor do sibarita e da hetaíra,De Messalina e de Sardanapalo?
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro
—E haja só amizade verdadeiraDuma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Augusto dos Anjos